Composição de Preços Unitários: O Segredo para Orçamentos de Obras Precisos
- Camila Ribeiro
- há 19 minutos
- 6 min de leitura
A Composição de Preços Unitários (CPU) é de suma importância para um orçamento de obras preciso e confiável. No setor da construção civil, onde a margem de erro pode custar milhões e comprometer a viabilidade de um projeto, dominar a CPU não é apenas uma vantagem, mas uma necessidade fundamental para a gestão de custos e a competitividade.
Neste artigo, vamos explorar o conceito de CPU, sua importância estratégica e o passo a passo detalhado de como montar composições que garantam a assertividade e a transparência do seu orçamento.

O que você vai ver:
O que é Composição de Preços Unitários (CPU)?
A Composição de Preços Unitários (CPU) é uma técnica de engenharia de custos que consiste em detalhar o custo de um serviço ou etapa da obra por sua unidade de medida.
Em termos simples, ela responde à pergunta: "Quanto custa para produzir uma unidade desse serviço?"
Por exemplo, para o serviço de "Assentamento de 1 m² de piso cerâmico", a CPU irá listar e quantificar todos os insumos necessários para executar exatamente aquele metro quadrado.
Componentes Essenciais da CPU
Uma CPU é composta pela análise detalhada de três categorias principais de insumos:
Componente | Descrição | Exemplo |
---|---|---|
Materiais | Insumos físicos que serão incorporados à obra. | Cimento, areia, tijolos, fios, argamassa, cerâmica. |
Mão de Obra | Custo da equipe necessária para a execução do serviço. | Pedreiro, ajudante, encarregado, com seus encargos sociais e trabalhistas. |
Equipamentos | Máquinas, ferramentas e veículos utilizados na execução. | Betoneira, andaimes, carrinho de mão, ferramentas manuais. |
Para cada insumo, a CPU deve determinar o coeficiente de consumo (ou índice de produtividade), que é a quantidade exata desse insumo necessária para produzir uma unidade do serviço.
A Importância Estratégica da CPU na Construção Civil
A precisão da CPU transcende a simples estimativa de custos.
Ela é crucial para:
Assertividade Orçamentária: Garante que o custo final da obra esteja o mais próximo possível do custo orçado, evitando surpresas e estouros de orçamento.
Competitividade: Permite que a construtora ou empreiteira apresente propostas mais justas e competitivas em licitações e concorrências privadas.
Gestão de Insumos: Oferece uma base sólida para o planejamento de compras e logística, indicando exatamente a quantidade de cada material e a alocação de mão de obra e equipamentos.
Transparência e Auditoria: Em obras públicas, a CPU é um requisito legal (muitas vezes baseado em tabelas como SINAPI ou TCPO) que assegura a transparência na aplicação de recursos e facilita a auditoria.
Controle de Produtividade: Ao estabelecer um índice de consumo e produtividade, a CPU permite monitorar o desempenho real da equipe em campo.
Passo a Passo: Como Montar uma Composição de Preços Unitários
A montagem de uma CPU exige método e atenção aos detalhes. Siga estes passos para criar composições robustas:
1. Defina o Serviço e a Unidade de Medida
Primeiramente, identifique o serviço a ser orçado (ex: "Concretagem de Laje") e sua unidade de medida padrão (ex: m³).
2. Liste os Insumos Necessários
Detalhe todos os materiais, mão de obra e equipamentos que serão consumidos para executar uma unidade desse serviço.
3. Determine os Coeficientes de Consumo (Índices de Produtividade)
Este é o passo mais crítico. O coeficiente de consumo é a quantidade do insumo necessária para executar a unidade do serviço.
Materiais: Quantidade de cimento, areia, brita, etc., por m³ de concreto.
Mão de Obra: Horas de trabalho (h/h) de cada profissional (pedreiro, servente) necessárias para executar 1 m³ de concreto.
Equipamentos: Horas de uso (h/e) da betoneira, vibrador, etc., para executar 1 m³ de concreto.
Os coeficientes podem ser obtidos de:
Bancos de Dados Oficiais: SINAPI (Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil), TCPO (Tabela de Composições de Preços para Orçamento).
Histórico da Empresa: Dados de produtividade de obras anteriores.
Normas Técnicas e Manuais do Fabricante.
4. Pesquise os Preços Unitários dos Insumos
Cote o preço de compra (sem impostos) de cada material, o custo da hora de trabalho (incluindo encargos) de cada profissional e o custo horário de locação ou depreciação dos equipamentos.
5. Calcule o Custo Direto Unitário
Multiplique o coeficiente de consumo de cada insumo pelo seu respectivo preço unitário. A soma desses valores (materiais + mão de obra + equipamentos) resulta no Custo Direto Unitário (CDU) do serviço.
CDU = Coeficiente de Consumo x Preço Unitário do Insumo
6. Aplique o BDI (Benefícios e Despesas Indiretas)
O Custo Direto Unitário cobre apenas os custos diretamente ligados à execução. Para chegar ao Preço de Venda Unitário (PVU), é necessário aplicar o BDI, que engloba:
Despesas Indiretas (administração central, seguros, impostos).
Benefícios (margem de lucro).
PVU = CDU x (1 + BDI)
O resultado é o preço final que será cobrado por unidade do serviço.
Otimizando a Gestão de Custos com a Tecnologia
A montagem manual de CPUs, especialmente em projetos complexos, é um processo demorado e propenso a erros. A tecnologia moderna surge como uma aliada indispensável para a gestão de custos na construção.

Sistemas de gestão de obras, como o da Brickup, transformam a forma como a orçamentação e a gestão de CPU são realizadas. A plataforma da Brickup permite que construtoras e empreiteiras:
Centralizem Bases de Dados: Integrem ou criem suas próprias bases de CPUs, eliminando a dependência de planilhas desatualizadas.
Automatizem Cálculos: Realizem o cálculo de custos diretos e a aplicação de BDI de forma automática, minimizando erros.
Monitorem Desempenho: Comparem o custo orçado (baseado na CPU) com o custo real executado, fornecendo insights valiosos para o controle de produtividade e futuras orçamentações.
Ao utilizar a Brickup, o processo de transformar composições unitárias em um orçamento completo e em um controle de execução eficaz é simplificado, garantindo maior transparência e lucratividade para o negócio.
FAQ: Perguntas Frequentes sobre Composição de Preços Unitários
O que é SINAPI e qual sua relação com a CPU?
O SINAPI (Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil) é uma base de dados oficial do governo brasileiro, gerida pela Caixa Econômica Federal e IBGE. Ele fornece referências de preços e composições de custos para obras de infraestrutura e edificações. O SINAPI é a principal referência obrigatória para orçamentos de obras públicas federais, garantindo a padronização e a transparência das CPUs.
Qual a diferença entre Custo Unitário e Preço Unitário?
O Custo Unitário (ou Custo Direto Unitário - CDU) é o valor gasto pela construtora para executar uma unidade do serviço, incluindo apenas materiais, mão de obra e equipamentos. O Preço Unitário (ou Preço de Venda Unitário - PVU) é o valor final cobrado do cliente, que inclui o Custo Unitário mais a aplicação do BDI (Benefícios e Despesas Indiretas), que cobre impostos, despesas administrativas e lucro.
Como a tecnologia pode otimizar a criação de composições de custos?
A tecnologia, por meio de softwares de gestão de obras, como o sistema da Brickup, otimiza a criação de composições de custos de diversas maneiras:
Permite a importação e gestão de grandes bases de dados (como SINAPI e TCPO) e a criação de bases próprias;
Automatiza a aplicação de coeficientes e BDI, reduzindo erros de cálculo;
Integra o orçamento (baseado na CPU) com o controle de suprimentos e o financeiro, facilitando o acompanhamento em tempo real e a análise de desvios.
O que são coeficientes de consumo e por que são tão importantes?
Os coeficientes de consumo (ou índices de produtividade) representam a quantidade exata de um insumo (material, mão de obra ou equipamento) necessária para executar uma unidade de serviço. Eles são cruciais porque definem a precisão da CPU. Um coeficiente superestimado infla o orçamento, tornando-o menos competitivo; um coeficiente subestimado leva a estouros de orçamento e falta de materiais.
A CPU é usada apenas em obras públicas?
Não. Embora a CPU seja obrigatória em licitações de obras públicas (geralmente baseada no SINAPI), ela é uma ferramenta essencial de gestão de custos e orçamentação para qualquer tipo de obra, seja privada ou pública. Empresas privadas utilizam a CPU para garantir a saúde financeira de seus projetos e manter a competitividade no mercado.
A Precisão da Orçamentação como Fator de Sucesso na Construção
Dominar a Composição de Preços Unitários é mais do que uma técnica de cálculo; é uma filosofia de gestão que coloca a precisão e a transparência no centro do planejamento de obras.
Em um mercado cada vez mais competitivo, a capacidade de gerar orçamentos detalhados e confiáveis, que reflitam a realidade de custos e produtividade, é o que diferencia as empresas de sucesso.
Ao integrar a metodologia da CPU com a eficiência da tecnologia, como os sistemas de gestão de obras, construtoras garantem não apenas a lucratividade, mas a sustentabilidade e a excelência em seus projetos.
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