Como Calcular o Custo da Mão de Obra na Construção Civil: Guia Completo para Orçamentistas
- Camila Ribeiro
- 14 de out.
- 5 min de leitura
O custo da mão de obra é um dos componentes mais significativos e complexos no orçamento de obras. Um erro no seu cálculo pode comprometer a rentabilidade do projeto, levando a prejuízos ou a um preço de venda não competitivo.
Diferentemente do custo de materiais, que é relativamente direto, o custo da mão de obra envolve uma série de encargos sociais, trabalhistas e provisões que, se ignorados, distorcem completamente o orçamento.
Este guia completo detalha a estrutura do custo da mão de obra na construção civil, explica a diferença entre trabalhadores horistas e mensalistas e apresenta o conceito fundamental do Custo Unitário de Mão de Obra (CUMO).

O que você vai ver:
A Estrutura do Custo da Mão de Obra
O custo total da mão de obra é composto por três grandes grupos:
Salário Base (Remuneração)
É o valor pago diretamente ao trabalhador pela sua jornada de trabalho. Na construção civil, o salário base deve seguir o piso salarial estabelecido pelo sindicato da categoria na região.
Encargos Sociais e Trabalhistas (Bônus)
Estes são os custos que a empresa empregadora deve arcar, além do salário base. Eles são divididos em duas categorias principais:
Encargos Sociais (Incidência Mensal)
São os custos que incidem mensalmente sobre a folha de pagamento, como:
INSS (Instituto Nacional do Seguro Social): Contribuição patronal.
FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço): 8% sobre o salário.
SAT/RAT (Seguro Acidente de Trabalho/Risco Ambiental do Trabalho): Varia conforme o grau de risco da atividade.
Outras Contribuições: Terceiros (SESI, SENAI, INCRA, etc.).
Encargos Trabalhistas (Provisões)
São as provisões que a empresa deve fazer para cobrir obrigações futuras, como:
Férias: Provisão de 1/12 do salário, acrescido de 1/3 constitucional.
13º Salário: Provisão de 1/12 do salário.
Aviso Prévio Indenizado: Provisão para o caso de demissão sem justa causa.
Multa do FGTS: Provisão de 40% sobre o saldo do FGTS em caso de demissão sem justa causa.
Benefícios e Outros Custos
Incluem todos os gastos adicionais que a empresa oferece ou é obrigada a fornecer:
Vale-Transporte e Vale-Alimentação: Podem ser descontados parcialmente do salário, mas o custo líquido é da empresa.
EPIs (Equipamentos de Proteção Individual): Capacete, luvas, botas, óculos, etc.
Ferramentas e Uniformes: Custos de aquisição e manutenção.
Seguros de Vida e Saúde: Se oferecidos pela empresa.
A Diferença entre Horista e Mensalista no Orçamento
A forma de contratação (horista ou mensalista) impacta diretamente o cálculo do custo unitário da mão de obra.
Importância no Orçamento: Para a mão de obra direta, o modelo horista é frequentemente preferido, pois permite vincular o custo diretamente à produtividade da tarefa. Se a tarefa leva 10 horas, o custo da mão de obra é exatamente 10 horas x Custo/Hora.

O Conceito Fundamental: Custo Unitário de Mão de Obra (CUMO)
O Custo Unitário de Mão de Obra (CUMO) é o valor final que a construtora paga por cada hora de trabalho efetiva do profissional, já incluindo todos os encargos e benefícios.
Detalhamento da Fórmula do CUMO
O cálculo do CUMO é feito a partir do custo total da mão de obra por hora, que é o resultado da soma do salário base por hora com o custo dos encargos e benefícios por hora.
CUMO = Salário Base por Hora x (1 + (Percentual de Encargos))Percentual de Encargos é a taxa que engloba todos os custos adicionais (sociais, trabalhistas e benefícios) em relação ao salário base. Este percentual pode variar de 80% a 150% na construção civil, dependendo do regime tributário e do tipo de profissional.
Passos para o Cálculo:
Calcular o Salário Base por Hora: Dividir o salário mensal pelo número de horas contratuais do mês (geralmente 220h).
Determinar o Percentual de Encargos: Somar todos os percentuais de encargos sociais, trabalhistas e benefícios.
Aplicar a Fórmula: Multiplicar o Salário Base por Hora pelo fator (1 + Percentual de Encargos).
Exemplo Prático de Cálculo
Suponha um Pedreiro com as seguintes informações:
Salário Base por Hora: R$ 2.500,00 / 220h = R$ 11,36/hora
CUMO (Custo Unitário de Mão de Obra): R$ 11,36 (1 + 1,10) = R$ 11,36 2,10 = R$ 23,86/hora
Este valor de R$ 23,86/hora é o que deve ser usado na composição de preços unitários do orçamento.
A Aplicação do CUMO na Composição de Preços Unitários (CPU)
O CUMO é a base para determinar o custo da mão de obra em cada serviço da obra.
Exemplo: Custo da Mão de Obra para Assentar 1 m² de Azulejo
A produtividade (horas necessárias para executar 1 m² de serviço) é o fator que transforma o CUMO em custo por unidade de serviço.
FAQ - Perguntas Frequentes sobre Custo de Mão de Obra
O que é o percentual de encargos e como ele é determinado?
O percentual de encargos é a soma de todas as obrigações sociais (INSS, FGTS, SAT/RAT) e trabalhistas (provisões de férias, 13º, multa do FGTS) que a empresa paga sobre o salário base. Ele é determinado pela legislação vigente, convenções coletivas e pelo regime tributário da construtora.
Por que o CUMO é essencial para o orçamento?
O CUMO garante que o orçamentista utilize o custo real da hora de trabalho, e não apenas o salário. Se o CUMO não for calculado corretamente, o preço de venda do serviço será subestimado, resultando em prejuízo para a construtora.
Qual a diferença entre CUMO e CUB?
O CUMO (Custo Unitário de Mão de Obra) é o custo da hora de trabalho de um profissional. O CUB (Custo Unitário Básico) é um indicador que reflete o custo global por metro quadrado de construção, incluindo materiais, mão de obra e despesas administrativas, mas não o lucro. O CUMO é um componente do CUB.
O cálculo preciso do custo da mão de obra vai muito além do salário base. A inclusão correta dos encargos sociais e trabalhistas é o que garante a saúde financeira da construtora e a competitividade do orçamento. Ao dominar o conceito do Custo Unitário de Mão de Obra (CUMO) e aplicá-lo com dados de produtividade confiáveis, o orçamentista assegura que o preço final da obra seja justo e lucrativo.
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