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BDI na Construção Civil: O Guia Definitivo para o Cálculo Correto e a Máxima Lucratividade

  • Foto do escritor: Camila Ribeiro
    Camila Ribeiro
  • há 3 dias
  • 6 min de leitura

O BDI é o pilar financeiro de qualquer orçamento na construção civil. Para o iniciante, é o índice que transforma o custo de execução em preço de venda. Para o profissional experiente, é a ferramenta estratégica que garante a competitividade em licitações e a saúde financeira de longo prazo da construtora.


Neste guia definitivo, exploraremos o BDI em profundidade: desde seu conceito fundamental e a fórmula de cálculo correta, até as exigências do Tribunal de Contas da União (TCU) e o papel da tecnologia na otimização desse processo.


BDI na Construção Civil: O Guia Definitivo para o Cálculo Correto e a Máxima Lucratividade

O que você vai ver:


O Conceito Fundamental: Do Custo ao Preço de Venda


A principal função do BDI é garantir que o Preço de Venda (PV) de um serviço ou obra cubra integralmente o Custo Direto (CD) e todos os demais gastos e benefícios esperados.


Para isso, é crucial entender a diferença entre os dois principais tipos de custos:


Tipo de Custo

Definição

Exemplos

Custo Direto (CD)

Gastos que podem ser diretamente medidos e alocados a uma unidade de serviço. São os custos "na ponta do lápis".

Materiais (cimento, areia, aço), Mão de Obra de execução (pedreiros, armadores), Aluguel de Equipamentos (betoneiras, andaimes).

Custo Indireto (CI)

Gastos necessários para a operação da empresa e gestão da obra, mas que não se ligam a um serviço específico.

Salários da Administração Central, Aluguel do escritório sede, Despesas com softwares de gestão, Seguros.


O BDI é o percentual que, aplicado sobre o Custo Direto, adiciona os Custos Indiretos, os impostos e a margem de lucro, resultando no Preço de Venda.


A Composição Detalhada do BDI: Os 6 Componentes Essenciais


O cálculo do BDI é uma análise de risco e de custos que deve ser feita obra a obra. A fórmula é composta por seis elementos principais, todos expressos em forma decimal (ex: 5% = 0,05):


Componente

Sigla

Detalhamento (Para que serve?)

Administração Central

AC

Cobre os custos fixos da sede da empresa (salários da diretoria, contabilidade, marketing, manutenção de sistemas). Deve ser rateado entre as obras.

Despesas Financeiras

DF

Cobre os custos de capital de giro, juros de financiamentos, garantias bancárias e taxas de cartão de crédito (se aplicável).

Seguros e Garantias

S/G

Cobre apólices de seguro obrigatórias (como Risco de Engenharia) e custos com garantias contratuais exigidas pelo cliente.

Riscos e Imprevistos

R/I

Reserva técnica para cobrir eventos não previstos, como variações bruscas de preço de insumos, perdas não cobertas por seguro ou pequenos retrabalhos.

Lucro

L

A margem de retorno financeiro esperada pela construtora. É o benefício (B) do BDI.

Tributos

T

Impostos que incidem sobre o faturamento (Preço de Venda), como PIS, COFINS e ISS. Atenção: IRPJ e CSLL geralmente são tratados como parte do Lucro.

A Fórmula de Cálculo Correta (e a Exigência do TCU)


A fórmula mais aceita e exigida por órgãos de controle como o Tribunal de Contas da União (TCU) no Acórdão 2369/2011-Plenário é a seguinte:


BDI = ((1+AC+DF+S/G+R/I)×(1+L))/(1−T)−1 × 100

Exemplo Prático de Cálculo Avançado

Consideremos um cenário de uma obra privada com os seguintes percentuais:


Componente

Percentual (%)

Valor Decimal

Administração Central (AC)

6%

0,06

Despesas Financeiras (DF)

1,5%

0,015

Seguros e Garantias (S/G)

0,5%

0,005

Riscos e Imprevistos (R/I)

3%

0,03

Lucro (L)

12%

0,12

Tributos (T)

9,25% (PIS + COFINS + ISS)

0,0925


Cálculo:


  1. Soma dos Custos Indiretos e Riscos (Numerador 1): 1 + 0,06 + 0,015 + 0,005 + 0,03 = 1,11

  2. Soma do Lucro (Numerador 2): 1 + 0,12 = 1,12

  3. Fator de Impostos (Denominador): 1 - 0,0925 = 0,9075


Aplicação na Fórmula:


Aplicação da fórmula do BDI







Neste caso, o BDI a ser aplicado é de 37,00%.


BDI em Obras Públicas: A Visão do TCU


Para o profissional que atua em licitações, o BDI não é apenas uma questão de gestão, mas de conformidade legal. O TCU, por meio de seus acórdãos, estabelece diretrizes rígidas para a composição do BDI em orçamentos de obras públicas:


  • Comprovação de Custos: Todos os componentes do BDI, especialmente a Administração Central, devem ser comprovados por meio de rateio e documentos contábeis da empresa.


  • Limites de Referência: Embora o cálculo deva ser individualizado, o TCU utiliza faixas de BDI aceitáveis (geralmente entre 20% e 35% para obras comuns) para balizar a análise. Valores fora dessa faixa exigem justificativas robustas.


  • Tributação (IRPJ e CSLL): O TCU determina que o Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) não devem ser incluídos na parcela de Tributos (T) do BDI, pois incidem sobre o lucro da empresa e não sobre o faturamento da obra. Eles devem ser considerados dentro da Margem de Lucro (L).


Erros Comuns e a Importância da Gestão Integrada


O maior risco no cálculo do BDI é o "achismo" ou a adoção de um percentual padrão de mercado. A precisão na execução do projeto depende da precisão no orçamento.


Erros Comuns:


  1. BDI Único para Todas as Obras: Ignorar que cada projeto tem riscos, despesas financeiras e logística diferentes.


  2. Não Ratear a Administração Central: Não calcular o custo real da AC e usar um valor arbitrário, subestimando o custo fixo da empresa.


  3. Confundir Tributos: Incluir IRPJ e CSLL na parcela T em orçamentos públicos, o que é vedado pelo TCU.


  4. Margem de Lucro Irreal: Definir um Lucro (L) muito alto, perdendo competitividade, ou muito baixo, comprometendo a sustentabilidade do negócio.



Otimize o Cálculo do BDI com a Brickup


A precisão do BDI é diretamente proporcional à qualidade dos dados de custos da sua construtora. É aqui que a tecnologia se torna um diferencial competitivo.


O sistema de gestão de obras da Brickup facilita e otimiza o processo de BDI ao integrar o planejamento de recursos e a apropriação de custos em uma única plataforma. Ao eliminar planilhas e centralizar o controle financeiro, a Brickup permite que a construtora:


  • Rastreie Custos Indiretos com Precisão: Os gastos com Administração Central e Local são categorizados e rastreados em tempo real, fornecendo dados concretos para a composição do percentual de Despesas Indiretas (DI).


  • Simule Cenários: É possível simular diferentes percentuais de Lucro e Riscos, permitindo que a construtora encontre o BDI ideal que equilibra competitividade e rentabilidade.


  • Garanta a Conformidade: Com dados organizados e transparentes, a aplicação do BDI se torna defensável e alinhada às melhores práticas do mercado, essencial em obras que envolvem licitações.


Ao transformar dados brutos em informações estratégicas, a Brickup assegura que o BDI aplicado reflita a realidade financeira do projeto, maximizando a lucratividade e a previsibilidade.



FAQ: Perguntas Frequentes sobre BDI na Construção Civil


Qual a diferença entre Custo Direto e Custo Indireto na obra?

O Custo Direto é o gasto que pode ser medido e alocado diretamente a um serviço (ex: material e mão de obra de assentamento de piso). O Custo Indireto é o gasto necessário para a operação, mas que não se liga a um serviço específico (ex: salário do engenheiro gestor da obra, aluguel do escritório central). O BDI é aplicado sobre o Custo Direto para cobrir os Custos Indiretos, impostos e lucro.

Quais são os componentes do BDI?

Os principais componentes são: Administração Central (AC), Despesas Financeiras (DF), Seguros e Garantias (S/G), Riscos e Imprevistos (R/I), Lucro (L) e Tributos (T).

Qual o percentual ideal de BDI?

Não existe um percentual "ideal" fixo. O BDI deve ser calculado para cada obra, refletindo seus custos indiretos, riscos e a margem de lucro desejada. Em obras públicas no Brasil, o Tribunal de Contas da União (TCU) costuma balizar o BDI em torno de 20% a 35%, mas esse valor é apenas uma referência e deve ser justificado pelo cálculo detalhado.

O BDI é obrigatório em obras públicas?

Sim. Em licitações e contratos com a administração pública, o BDI é obrigatório e sua composição deve ser detalhada e justificada, seguindo as diretrizes dos órgãos de controle, como o Acórdão 2369/2011-Plenário do TCU.

O que acontece se o BDI for calculado de forma errada?

Um BDI calculado de forma errada pode levar a dois cenários: prejuízo (se subestimado, não cobrindo todos os custos) ou perda de competitividade (se superestimado, tornando o preço final muito alto).

Como a tecnologia, como o sistema Brickup, pode otimizar o cálculo do BDI?

O sistema Brickup otimiza o cálculo do BDI ao fornecer dados precisos e em tempo real sobre os custos indiretos e a apropriação de despesas. A centralização do controle financeiro e a capacidade de simular cenários garantem que os componentes do BDI (como Despesas Indiretas e Lucro) sejam baseados em fatos e não em estimativas, resultando em um preço de venda mais justo e lucrativo.



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