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Custos Diretos e Indiretos no Orçamento de Obras: Guia Completo e Estratégias de Gestão

  • Foto do escritor: Camila Ribeiro
    Camila Ribeiro
  • 9 de out.
  • 6 min de leitura

A precisão no orçamento de obras é o fator decisivo entre o sucesso e o prejuízo em qualquer empreendimento da construção civil. No cerne dessa precisão está a correta distinção e alocação dos Custos Diretos e Custos Indiretos. Uma gestão ineficaz desses componentes pode levar a preços de venda distorcidos, perda de competitividade e, em última instância, à inviabilidade do projeto.


Este guia completo visa não apenas definir e exemplificar os custos diretos e indiretos, mas também fornecer estratégias práticas de gestão, analisar seu impacto em diferentes tipos de projetos e detalhar a aplicação do BDI como ferramenta de precificação.


Custos Diretos e Indiretos no Orçamento de Obras: Guia Completo e Estratégias de Gestão

O que você vai ver:


A Diferença Fundamental: Direto vs. Indireto


A chave para diferenciar os custos reside na sua rastreabilidade.


Custos Diretos (CD)

Os Custos Diretos são aqueles que podem ser diretamente mensurados e alocados a uma unidade de serviço ou produto final da obra. Eles representam os gastos essenciais para a execução física do projeto.

Categoria

Definição

Exemplos Práticos

Materiais

Insumos que são incorporados ao produto final.

Cimento, areia, tijolos, aço, fiação elétrica, telhas, revestimentos.

Mão de Obra Direta

Salários e encargos dos trabalhadores que atuam diretamente na execução.

Pedreiros, serventes, carpinteiros, eletricistas, encanadores, operadores de máquinas.

Equipamentos

Custos de locação ou depreciação de máquinas e ferramentas utilizadas na produção.

Betoneiras, andaimes, guindastes, retroescavadeiras, marteletes.


Exemplo Prático: Para calcular o custo direto de uma parede de alvenaria, somamos o custo dos tijolos, da argamassa e das horas de trabalho do pedreiro e servente.


Custos Indiretos (CI)

Os Custos Indiretos são as despesas que, embora necessárias para o funcionamento do projeto e da empresa, não podem ser vinculadas a um serviço específico. Eles são rateados entre os diversos serviços ou projetos.

Categoria

Definição

Exemplos Práticos

Administração Central

Despesas da sede da empresa que dão suporte a todas as obras.

Salários da diretoria, gerentes, setor de compras, contabilidade, aluguel e manutenção do escritório central.

Administração da Obra

Despesas gerais do canteiro que não são específicas de um serviço.

Salário do engenheiro residente, mestre de obras, seguranças, almoxarife, despesas com alojamento, energia e água do canteiro.

Despesas Gerais

Gastos diversos necessários para o funcionamento do projeto.

Seguros, despesas com comunicação (telefone, internet), transporte de pessoal, veículos de apoio, consultorias.

Exemplo Prático: O custo com o aluguel do escritório central da construtora é um custo indireto que deve ser distribuído proporcionalmente entre todas as obras em andamento.


Checklist para Gestão Eficaz de Custos Diretos e Indiretos


A gestão de custos deve ser um processo contínuo, desde a fase de planejamento até a entrega da obra.


Fase de Planejamento e Orçamento


  1. Definição de Escopo: Detalhar o projeto em serviços e insumos para garantir que nenhum custo direto seja omitido.


  2. Composição de Preços Unitários: Utilizar bases de dados confiáveis (como SINAPI) para determinar o custo de cada serviço, incluindo materiais, mão de obra e equipamentos.


  3. Cálculo da Administração da Obra (AO): Orçar a AO separadamente, incluindo salários de equipe de apoio, despesas de canteiro e logística, e alocá-los como custos fixos mensais.


  4. Definição do BDI: Calcular o BDI de forma transparente, considerando todos os componentes (Administração Central, Impostos, Lucro, Riscos).



Fase de Execução e Controle


  1. Medição e Acompanhamento: Comparar o custo direto orçado com o custo direto realizado (materiais comprados e utilizados, horas de mão de obra).


  2. Controle de Desvios: Identificar e analisar rapidamente qualquer desvio significativo entre o orçado e o realizado, tomando ações corretivas imediatas.


  3. Rateio e Monitoramento de CI: Monitorar os custos indiretos reais da Administração Central e da Obra para garantir que o percentual de BDI aplicado está sendo suficiente para cobrir essas despesas.


  4. Revisão Periódica: Realizar revisões periódicas do orçamento e do BDI, especialmente em projetos de longa duração, para ajustar a inflação e mudanças no escopo.


Impacto dos Custos em Diferentes Tipos de Projetos


A proporção entre custos diretos e indiretos varia significativamente de acordo com a natureza e a complexidade do projeto.


Tipo de Projeto

Característica Principal

Proporção de Custos Indiretos (CI)

Foco da Gestão de Custos

Obras Residenciais (Pequeno Porte)

Baixa complexidade, curta duração.

Baixa a Média (15% a 25% do CD)

Controle rigoroso de materiais e mão de obra direta.

Edifícios Comerciais/Residenciais (Alto Padrão)

Média a alta complexidade, maior duração.

Média (20% a 30% do CD)

Gestão da Administração da Obra (AO) e controle de subempreiteiros.

Obras de Infraestrutura (Pontes, Estradas)

Alta complexidade, uso intensivo de equipamentos pesados.

Média a Alta (25% a 35% do CD)

Custos de equipamentos (depreciação/locação) e logística. O BDI tende a ser mais alto devido ao risco.

Obras Industriais

Alta complexidade técnica, exigência de mão de obra especializada.

Alta (30% a 40% do CD)

Custos de engenharia especializada, consultorias e seguros.

Em projetos de alta complexidade, a Administração da Obra (um custo indireto) é mais robusta e, portanto, representa uma fatia maior do custo total. Nesses casos, a precisão no rateio dos custos indiretos é ainda mais crítica para a competitividade da proposta.


BDI: Aplicações Estratégicas na Precificação


O BDI (Benefícios e Despesas Indiretas) não é apenas uma fórmula matemática; é uma ferramenta estratégica de precificação que garante a sustentabilidade financeira da construtora.


Aplicações do BDI


  1. Garantia de Cobertura: O BDI assegura que o preço final da obra cubra integralmente os custos que não são diretamente rastreáveis (Administração Central, seguros, garantias), evitando que a construtora absorva prejuízos operacionais.

  2. Definição da Margem de Lucro: É no BDI que a construtora insere sua margem de lucro desejada, transformando o custo total em preço de venda. A manipulação estratégica do lucro no BDI é crucial para a competitividade em licitações e propostas privadas.

  3. Alocação de Impostos: O BDI é o veículo para a inclusão dos impostos incidentes sobre o faturamento (como PIS, COFINS e ISS), garantindo que a carga tributária seja repassada corretamente ao cliente.

  4. Gestão de Riscos: A inclusão de um percentual para Riscos e Imprevistos no BDI cria uma reserva financeira para lidar com eventos não previstos, como atrasos na entrega de materiais ou pequenas alterações de projeto, protegendo a margem de lucro.


Em resumo, o BDI transforma o Custo Total (Custos Diretos + Custos Indiretos) no Preço de Venda, sendo o elo entre a engenharia de custos e a estratégia comercial da empresa.




FAQ – Perguntas Frequentes sobre Custos em Obras


O salário do engenheiro residente é custo direto ou indireto?

Embora o engenheiro residente trabalhe no canteiro, seu salário é classificado como Custo Indireto (Administração da Obra), pois ele supervisiona a obra como um todo e não está vinculado a uma unidade de serviço específica (como assentar um tijolo). No entanto, para fins de orçamento, é comum orçá-lo como um custo fixo mensal dentro da planilha de custos diretos, facilitando o controle.

O que acontece se eu subestimar os custos indiretos?

Subestimar os custos indiretos resulta em um BDI muito baixo. Isso significa que o preço de venda da sua obra não será suficiente para cobrir as despesas operacionais da empresa (Administração Central, impostos, etc.), resultando em uma margem de lucro real menor do que a esperada ou, pior, em prejuízo.

O BDI é o mesmo para todas as obras da minha construtora?

Não necessariamente. Embora a Administração Central (AC) e o Lucro (L) possam ser padronizados, o BDI deve ser ajustado para cada projeto, considerando:

  • Impostos (I): Podem variar conforme o regime tributário e o tipo de serviço.

  • Riscos (R) e Seguros (S): Variam conforme a complexidade, o prazo e o porte da obra.


Otimizando a Gestão de Custos com o Sistema de Gestão de Obras da Brickup


A complexidade de gerenciar e ratear custos diretos e indiretos exige ferramentas tecnológicas robustas. Um Sistema de Gestão de Obras, como o oferecido pela Brickup, é fundamental para transformar a gestão de custos de um processo manual e propenso a erros em um sistema automatizado e estratégico.


Benefícios do SGO Brickup na Gestão de Custos


  1. Rastreabilidade de Custos Diretos: O sistema permite o registro detalhado de cada insumo e hora de mão de obra utilizada, comparando o orçado com o realizado em tempo real. Isso garante que os desvios de custos diretos sejam identificados imediatamente.


  2. Controle Automatizado de Custos Indiretos: O SGO facilita o monitoramento dos custos da Administração da Obra (AO) e auxilia no rateio dos custos da Administração Central (AC), fornecendo dados precisos para a composição do BDI.


  3. Cálculo Dinâmico do BDI: Com base nos dados reais de custos e despesas da empresa, o sistema pode auxiliar na definição de um BDI mais preciso e ajustado à realidade de cada projeto, otimizando a margem de lucro.


  4. Relatórios Gerenciais: O sistema gera relatórios de desempenho financeiro que demonstram o impacto real dos custos diretos e indiretos na rentabilidade, permitindo decisões estratégicas baseadas em dados concretos.


Ao integrar o orçamento, compras e execução em uma única plataforma, o Sistema de Gestão de Obras da Brickup elimina a necessidade de planilhas dispersas, garantindo que a gestão de custos diretos e indiretos seja transparente, precisa e, acima de tudo, lucrativa.


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